sábado, 19 de fevereiro de 2011

O PECADOR



( I )
Das trevas para a luz

Bradam heroicos os fariseus,
Sacudindo a carne de caça vistosa
Porque já seus dedos em riste o julgam
Prontos para catar as pedras mais próximas

Foste trazido das trevas, onde permanecias oculto
E lhe jogaram luz intensa sobre teu rosto criminoso
Pobre pecador, tenho pena de ti,
Pois os “juízes de Deus” se deliciam com teu tropeço

Agora, que enfiaste os pés pelas mãos,
Como farás para te livrar desta luz tão acusativa?
Ei, pecador! Infeliz tu és por teu adultério, tua sina
Tua mentira será exposta e tua nudez será revelada

(II)
Exílio e penar

“Exila-te, infeliz pecador, do convívio dos santos!”
Cuja impecabilidade é carregada sobre os ombros
E cujos passos não são tortos nem maliciosos
E vá, vá para longe de nossos olhos!

Se te arrependeres, sorte tua, se houver tempo
Os dentes rangem de fúria contra ti, ó infiel
As lanças tem venenos nas pontas, para trucidar-te
E expor a ti como exemplo aos outros fracos

Agora sangram teus braços, e gemes em agonia
Não clame a Deus, porque seus santos já o condenaram
Nós somos a voz do Senhor, e te rejeitamos tal como a um cão
Exila-te, e ai de ti se ergueres a cabeça

(III)
O reverso do pecado

Bem-aventurados são aqueles que encontram na graça
Uma armadura resistente e amor incondicional
Bem-aventurados os que levam a Deus suas feridas
E com Ele aprendem a serem curados

Ai de ti, ovelha negra, que mais te assemelhas a um lobo
E que desvia a última esperança de um fraco pecador
Resvalando-a pelos dedos para no ar se desfazer
Ai de vós, santos devassos, que mal exercem o amor

Porque todo aquele que voltar atrás e a Deus chorar
Conhecedor de sua miséria e pequenez, quebrantado
Todo aquele que acreditar no reverso do pecado
Este será acolhido, este será imensamente perdoado

Enxutas serão tuas lágrimas, limpo será teu corpo
Socorrido serás de teus conflitos e tuas perseguições
E será feito de ti grande homem, para que Deus seja exaltado
Até que estejas refeito, cheirando a fina prata!